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Coisas Albanesas: Uma Feliz Descoberta

Atualizado: 22 de ago. de 2019


Quando nos perguntam qual lugar que mais nos surpreendeu, em nosso sabático pelo Leste-Europeu, ficamos sem resposta de imediato pois tivemos em lugares muito distintos um do outro, entretanto entre uma coisa e outra, sempre lembramos: da hospitalidade do povo albanês.

Nossa passagem pela Albânia durou 01 semana onde passamos pelas cidades de Berat, Gjirokaster e Saranda. Presenciamos uma realidade européia bem diferente de outros países, com algumas cidades bem simples e pobres, ao longo do caminho, porém em todos os lugares que passamos, cruzamos com pessoas muito gentis e dispostas a ajudar, apesar da dificuldade do idioma algumas vezes.

Berat, a cidade de mil janelas 

Tombada pela UNESCO, Berat é uma cidade histórica formada por centenas de casinhas brancas e janelas retangulares construídas durante o período de ocupação otomana na região, a Albânia ficou sob regime Otomano até 1913. Essas casas foram construídas junto as duas colinas onde estão os principais bairros da cidade, Magalem e Gorica, separados pelo Rio Osumi que atravessa a cidade.

Além de explorar as vielas entre as casinhas brancas, a outra atração é subir uma das colinas até a Igreja bizantina da Santíssima Trindade e o Kalaja, ou o castelo de Berat, onde há uma mini-cidade cercada pelos muros da antiga fortificação. A tranquilidade e a paz na face das pessoas de Berat nos surpreendia nos finais de tardes quando víamos senhoras e mulheres nas praças se encontrando para papear enquanto as crianças livres se divertiam sem preocupação.

A hospitalidade do povo albanês

Tão logo desembarcamos do ônibus em Berat, fomos surpreendidos pela gentileza albanesa. Não havíamos combinado ou solicitado por isso mas nossa anfitriã, junto com sua mãe, já nos aguardava na parada de ônibus para evitar que nos perdêssemos até sua casa entre tantas casinhas brancas. Percebíamos claramente o entusiasmo de nossos anfitriões, recebendo estrangeiros em sua simples casa, porém com um quarto confortável e um quintal muito agradável com diversas arvores frutíferas típicas da região (uvas, figos e romãs)  e arbustos de alecrim.



Como fazíamos em todas cidades, antes de partimos, tirávamos uma foto em frente às casas de nossos anfitriões, em Berat quando a mãe de nossa anfitriã nos viu, fez questão de estar na foto também, e em seguida nos pediu: "photo, photo...face, face". O que prontamente fizemos para felicidade dela.




Gjirokaster, a cidade das pedras

Continuando a cruzada pela Albânia rumo ao sul, numa viagem insólita durante 3 horas e meia sentado no chão de uma van lotada (o transporte público é claramente deficiente na Albânia), chegamos a Gjirokaster, mais uma cidade histórica que foi tombada pelo UNESCO com intuito de conter a depreciação e modificações que comprometiam a preservação de mais um autêntico exemplo da arquitetura otomana nos balcãs.

Conhecida como cidade das pedras, encontramos ao longo de suas ladeiras e vielas, as antigas casas predominantemente brancas com suas coberturas feitas de telhas de pedras e janelas retangulares. No alto da colina junto a cidade, a Citadella, uma fortificação que foi o registro das primeiras ocupações na região e nos tempos mais recentes serviu de prisão política durante regime comunista. Em Gjirokaster, como pernoitamos 03 noites e a cidade era bem pequena, aproveitamos a tranquilidade e o tempo livre para planejar as etapas seguintes da viagem.

Cozinha Albanesa, saudável e econômica 

A cozinha albanesa também foi uma boa descoberta, por 02 razões: pelo custo, em torno de 9 e 10 euros era possível pagar um jantar para 2 pessoas e por ser bastante saudável, com uma combinação de referências mediterrâneas e asiáticas (típica dos balcãs), usando legumes recheados e o consumo de iogurte e queijos (tipo feta) em diversos pratos. Impossível esquecer o sabor e a textura do Tavë Kosi, um prato

típico feito de peças de cordeiro cozidas numa cambuquinha de arroz e iogurte grego(textura similar ao risoto) gratinado ao forno com lascas de queijo tipo feta.

A Riviera Albanesa com suas águas azul turquesa

Após as cidades históricas de Berat e Gjirokaster, como seguíamos rumo ao sul, em direção a Grécia, pernoitamos 02 noites em Saranda, uma das cidades da riviera albanesa banhadas pelas águas azuis do mar Iônico. Com uma realidade bem distinta de outras regiões da Albânia, o centro de Saranda é bem badalado com um calçadão repleto de turistas e bares ao longo da praia até o cais onde saem os barcos e cruzeiros em direção a Ilha Grega de Corfu.

Saranda pode ser uma boa opção como cidade-base para explorar as praias albanesas do sul. Como nossa estada foi curta, conhecemos apenas o vilarejo de Ksamil que apesar de ter belas praias e pequenas ilhotas é dominada pela especulação dos restaurantes que tornam privativas as faixas de areia com seus umbrelones e espreguiçadeiras.

Assim, exploramos um pouco da Albânia que inicialmente não  constava em nosso projeto de viagem, por simples preconceito e desconhecimento, mas fomos motivados após pesquisas por alternativas de cidades onde poderíamos ficar por alguns dias ao longo do caminho até a Grécia quando decidimos que iríamos até Atenas. E podemos dizer que foi uma feliz decisão cruzar esse país mal divulgado e pouco explorado pelos turistas ocidentais.

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